Bem-Vindo!

O Dama da Noite como todos sabem fechou as portas no lindo casarão da Gomes Freire no ultimo dia do ano de 2005 mas o nome já é referencia cultural e de boa musica. Por isso estaremos ocasionalmente recomendando eventos e shows que merecerem o nosso apoio. Vejam fotos
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sábado,Tempero convida Tantinho e Feijoda da Surica no Rival




Esse sábado está cheio de coisas boas!


Comecem pela Feijoada da Surica no Rival que é muito gostosa, só não perde para aquela do Dama da Noite ( saudades!) , vejam abaixo a divulgação da produção e no final dessa noticia saiba mais sobre o principe do samba Roberto Silva que será o convidado da Surica nesse sábado

"A tradicional feijoada da Tia Surica trará uma roda de samba com o grupo Samba com Atitude e participaçãos especial do Príncipe do Samba Roberto Silva, sempre sob a batuta da Tia Surica. É a mistura perfeita de samba e feijão.

Tia Surica, a simpática pastora da Portela, já virou uma referência da mais pura carioquice e sua feijoada desperta curiosidades em quem não provou e água na boca de quem sempre volta para saborear. O segredo do sucesso do feijão, ela não revela de forma alguma, mas também ninguém precisa mesmo saber. O que todos querem é comer e sambar. E o evento que chega para animar ainda mais a vida dos cariocas conta com o apoio do Prezunic Supermercados. Nos intervalos, o DJ Alex promete animar o público.

Serviço:
Dia 30/01 – Sábado de 13h às 17h30
Rua: Álvaro Alvim, 33/37 – Cinelândia


Depois ou ao invés de ( pois são quase no mesmo horário) confiram Tantinho da Mangueira com Tempero Carioca na sede do Bola Preta. Imperdível!













O Samba do Bola é uma roda de samba e partido alto que o grupo Tempero Carioca faz à tarde
O convidado do dia 30/01 é o mestre Tantinho da Mangueira.
Centro Cultural Cordão da Bola Preta
Rua da Relação, 3-Lapa
Tel. 2240-8049/ 8099
Sábado (23 e 30/01) às 14h

Ingresso: R$ 10,00
Censura: 14 anos
Capacidade: 500 pessoas"
no Centro Cultural Cordão da Bola Preta, na Lapa. Neste sábado, 23, o Tempero recebe o compositor Zé Luiz do Império, fundador da ala dos compositores da Escola de Samba Quilombo. O imperiano é um dos autores de "Tempo Ê", "Malandros Maneiros", "Eu Não Fui Convidado", "Minha Arte de Amar", "Nosso Nome: Resistência", "Dona Zica, Dona Neuma" e "Água de Barrela".


Saiba mais sobre Roberto Silva - retirado de http://www.overmundo.com.br/

"Quando entro no palco não sei se tenho 26 ou a minha idade real”, declara o cantor Roberto Silva, com juventude para dar e vender, aos 87 anos. Tempo mais do que suficiente para acompanhar a evolução hi-tech do mercado fonográfico. Roberto começou em 1938 - mais precisamente em 2 de janeiro, ou seja, há quase exatos 70 anos - gravando aquelas bolachas de 78 rotações. Foram 350, ao todo. Depois imprimiu a voz potente em 38 long plays até chegar ao moderno formato de CD, em lançamentos individuais e coletivos, com destaque para a participação no show ‘O samba é minha nobreza’, que ficou em cartaz no Cine Odeon, entre abril e junho de 2002. O nome do cantor de rádio no letreiro imprimiu um charme a mais no espetáculo, que rendeu, ainda, um primoroso álbum duplo, feito em paralelo à gravação do CD solo Volta por cima, reunindo clássicos, como ‘Gosto que me enrosco’ (Ataulfo Alves e Sinhô), ‘A primeira vez’ (Bide e Marçal) e 'Normélia' (Raimundo Olavo e Norberto Martins), um de seus maiores sucessos.

Roberto adora ser convidado para trabalhar. Não pelo cachê, mas pela satisfação de pisar mais uma vez no palco e amealhar aplausos do público – majoritariamente feminino, observa a mulher Syone Costa, 63 anos. Ela jura que não é ciumenta e, para dizer a verdade, até se diverte quando lembra do assédio que o marido sofre. Engana-se quem pensa que só as senhoras esticam o olho para o cantor. “Há muitas moças também”. Ponto para o ego de Roberto Silva, que vem participando de um punhado de coletâneas nos últimos tempos – cantou ‘Escurinho’ com Fernanda Abreu e ‘Juracy’ com Caetano Veloso em álbuns da Casa de Samba. Também está na caixa Timoneiro, de Hermínio Bello de Carvalho, e nos discos Ganha-se pouco, mas é divertido, de Cristina Buarque, e Ninho de Cobras, ao lado de Paulo César Pinheiro, Dona Ivone Lara e Monarco.

Monarco da Portela, aliás, é um dos autores que sempre falam de Roberto Silva com gratidão. Numa época em que as gravadoras detinham a palavra final sobre o repertório dos artistas, que se contentavam em sugerir uma faixa ou outra, Roberto atendia a todos os compositores com a mesma gentileza. Talvez porque ele mesmo fosse co-autor de duas músicas, sob o pseudônimo de Rosilva - ‘Não posso mais’ e ‘Trouxa’, escritas com Geraldo Barbosa e Miriam Nascimento. “Foi uma brincadeira. Cada um fez um pedacinho”. Foi a partir de encontros informais na rádio que Roberto virou um dos principais intérpretes de sambas de Wilson Batista, sobretudo daqueles que também eram assinados por Jorge de Castro. Tudo começou com ‘Mãe solteira’, em 1954. Roberto lembra que achou a letra trágica e duvidou se cairia no gosto popular, mas resolveu gravá-la assim mesmo. Os três levaram um susto quando a música estourou. Da dupla, o botafoguense Roberto gravou muitas maravilhas, entre elas ‘Samba rubro-negro’ (1955), ‘Me dê seu boné’ e ‘Samba do tri-campeão’ (1956), ‘Levanta a moral’ e ‘Vagabundo’ (1957). Roberto vendeu 22 mil discos com a marchinha ‘Vagabundo’, um número considerável para a época.

Raimundo Olavo também integrava o primeiro time de compositores do intérprete. ‘Mandei fazer meu patuá’, de 1948, parceria de Olavo e Norberto Martins, fez um sucesso retumbante. No ano seguinte, gravou quatro músicas dele com outros parceiros: ‘Você diz que é baiana’, com Elpídio Viana, ‘Você foi fazer feitiço’ e ‘Velho ditado’, com J. Kleber e ‘Juracy me deixou’, com Oldemar Magalhães. Olavo fornecia sucessos, mas ficava bravo quando Roberto gravava outros autores num dos lados da bolacha de 78 rotações. “Ele era muito ciumento, mas sabia que as músicas apareciam logo e combinavam com a minha voz”. Os dois se conheceram por volta de 1946. O compositor potiguar era ouvinte do programa Seqüência G3, dirigido por Paulo Gracindo na Rádio Tupi, e resolveu tentar a sorte no Rio de Janeiro como alfaiate e compositor. “Quando ele me procurou, havia acabado de chegar do Rio Grande do Norte e trazia na bagagem umas músicas sincopadas, brejeiras. Perguntei o que ele tinha de melhor e ele me entregou ‘Normélia’. Gostei na hora e disse que gravaria. E gravei em 20 dias”, recorda o cantor.

Roberto Silva entra no túnel do tempo para traçar um paralelo entre a indústria de discos de ontem e a atual. “Apesar da quantidade de gravadoras, acho que lançar disco é mais difícil hoje em dia. Antigamente, elas tratavam de tudo para a gente. Mas escreve aí na matéria que se aparecer um convite para fazer show ou disco eu aceito”, avisa. Reverenciado pelos sambistas da atualidade - entre seus fãs confessos está o criterioso João Gilberto -, Roberto tem disposição de sobra para mostrar sua levada sincopada e dolente, aprendida na escola de Mário Reis, Vassourinha e Luís Barbosa, pelo Brasil afora. “Felizmente, ele teve muito juízo nos áureos tempos da carreira e soube guardar dinheiro. É por isso que não temos problemas financeiros”, diz Syone. “Quando o sujeito faz sucesso só não vive bem se não quiser”, acredita Roberto, que antes de virar astro da música deu expediente como lustrador de móveis, marmoreiro e até mecânico.

Elegantíssimo, Roberto ficou conhecido como ‘Príncipe do samba’ quando fazia parte do elenco da Rádio Tupi. “Foi o apresentador Carlos Frias quem cunhou este apelido, e não Carlos José, conforme achei outro dia na internet. Os dois foram meus amigos, mas é sempre bom esclarecer”, diz, emendando mais duas correções históricas: Roberto Napoleão (o sobrenome Silva é exclusivamente artístico e foi criado por Evaldo Rui, provavelmente em homenagem ao ídolo Orlando Silva) nasceu na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, e não no Cantagalo, como reza a lenda. “Meu pai construiu uma casa bem ali onde fica a saída do Metrô”, situa. Descendente de italianos, Gilisberto era chapeleiro e andava na maior linha. “Ele e mamãe gostavam muito dos sete filhos. Papai morreu com 44 anos e nem chegou a ver minha carreira decolar”, lamenta.

Da mãe, Dona Belarmina, restou muita saudade e um episódio triste. Ele conta que estava fazendo o primeiro disco da bem sucedida série Descendo o Morro, em 1958, e varou a noite nos estúdios da Copacabana. “Gravei um samba que mamãe gostava demais, ‘Agora é cinzas’, de Bide e Marçal. A escolha do repertório era bem democrática e este samba entrou por sugestão minha. Sei que cheguei em casa com o dia clareando e recebi logo a notícia de que ela havia falecido. Eu cantando e mamãe partindo, exatamente como diz a letra: ‘Você partiu de madrugada/ E não me disse nada/ Isso não se faz/ Me deixou cheio de saudades’. Até hoje, quando canto este samba, me vêm lágrimas nos olhos”, confessa.

Os quatro álbuns da coleção foram idealizados pelo flautista Altamiro Carrilho (autor de ‘Maria Tereza’, o primeiro sucesso do cantor nas rádios). Roberto ainda se recorda das favelas que serviram de cenário para as capas dos long plays. No disco inaugural da série, ele posou na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. No Descendo o Morro 2, o intérprete foi clicado num morro em Santo Cristo e, no terceiro, numa birosca na comunidade de Nova Brasília. Além de dirigir as gravações, Altamiro também tocou ao lado de músicos legendários, como o trombonista Raul de Barros, o cavaquinista Canhoto e os violonistas Jayme Florence, o Meira, e Dino Sete Cordas. Embora reeditada em CD pela EMI, a coleção permanece com status de raridade porque esgota assim que chega nas lojas.

“É a melhor série da carreira de Roberto Silva. Nessa época quase não havia produtores no mercado e eu resolvi assumir essa função. O dono da fábrica, Emilio Vitalle, tinha grande confiança no meu gosto musical e me deu carta branca para trabalhar. Eu e Roberto fizemos uma relação dos grandes compositores e escolhemos os melhores sambas de cada um, mesclando novidades e coisas antigas. O sucesso da coleção foi muito maior do que a gente esperava e só ficamos nos quatro discos porque eu fui para a Polygram no meio do caminho”, conta Altamiro Carrilho. “Roberto é muito simples, muito modesto. Às vezes a gente ficava gravando até altas horas porque a sirene das ambulâncias e dos bombeiros interrompia a gravação”, emenda o flautista, lembrando que Roberto foi o primeiro cantor de rádio a registrar um samba-enredo com acompanhamento de um regional: ‘Exaltação a Tiradentes’ (Mano Décio da Viola e Stanislau Silva), que rendeu o campeonato a Império Serrano no Carnaval de 1950.

“Sou um homem e um artista muito feliz”

Roberto e Syone levam uma vida boa, com direito a muitos passeios, viagens e exercícios físicos diários. “Depois de uma determinada idade, tudo envelhece. A gente só não pode é se entregar”, defende ele, sob o olhar de aprovação dela. “Doença aqui não tem vez. A nossa rotina é gostosa. Cuidamos um do outro e nem temos mais tantos compromissos”, diz Syone, belíssima e bem apanhada como Roberto. “Ele continua muito vaidoso: demora para se vestir e quer saber se a roupa está combinando. Gasta quase uma hora na frente do espelho!”, entrega. Para manter a saúde da voz, evita gelado e praticamente não bebe álcool (“às vezes saboreio uma Malzibier”). Cigarros e noitadas também ficaram no passado (“fumei por mais de 40 anos, agora chega”).

O passado é assunto recorrente quando ele visita os cantores Gilberto Milfont e Dóris Monteiro, amigos de longuíssima data. Aliás, o amor de Roberto e Syone também é antigo: vem dos tempos em que ela posou para capas de discos do cantor. “Ele queria que eu fosse cantora e chegou a me inscrever num concurso, mas não fui porque era muito inibida”, admite a mulher. “Ela tem uma voz maravilhosa. É pequena, afinadíssima e bem macia”, enumera. Antes de dividir o mesmo teto, este casal enfrentou um encontro, um desencontro e um reencontro. “Fomos namorados quando eu tinha 19 anos, mas ele não me disse que era casado. E o mais engraçado era que me levava de Cadillac para cima e para baixo e me apresentava para todos os amigos como ‘minha pequena’”, recorda Syone.

“Quando descobri, fui forçada a terminar. Eu respeitava meus pais e eles não mereciam me ver desmoralizada. Imagina o escândalo que isso representava naquela época!”. Roberto ainda passou um bom tempo correndo atrás de Syone. Telefonava e mandava bilhetes apaixonados através do compositor Buci Moreira, que era vizinho dela na Rua do Riachuelo, Centro do Rio. A jovem ligava o rádio de pilha escondido para ouvir o ex-namorado cantar ‘Sombra do passado’ (Ary Monteiro e Raymundo Olavo) e lembrar das tardes que curtiram embaixo de uma amendoeira, na Ilha do Governador. Cada um seguiu a sua vida, constituiu família, para usar uma expressão da época. “Só nos reencontramos 30 anos depois, ele viúvo e eu divorciada”.

Quem olha para os beija-flores que matam a sede na janela do apartamento de Roberto e Syone, na Rua Santa Clara, em Copacabana, fica com a impressão de que nada desequilibra este casal. “Sou um homem e um artista muito feliz. Tudo o que fiz, fiz bem, sempre procurando me aperfeiçoar”. Do cantor Ciro Monteiro também só guarda boas lembranças. “Os compositores mostravam as músicas primeiro para ele e só chegavam perto de mim quando ele não queria gravar. Natural, porque éramos do mesmo gênero, só que ele tinha mais fama. Eu não gostava, mas depois ficamos amigos. Lembro que ele me chamava de ‘mistura fina’ porque eu era magrinho e andava de terno branco, parecido com a embalagem do cigarro que tinha esse nome”.

A memória de Roberto Silva vai longe quando tenta reconstituir os encontros musicais que presenciou no badalado Café Nice, que ficava no Largo da Carioca, região central do Rio de Janeiro. “Era ali, no meio da farra, onde surgia o repertório de muitos cantores e a programação das rádios quentes da época”. O poeta da Vila foi um dos nomes com quem Roberto levou uma prosa naquele balcão. “Noel Rosa era aquele autor alucinante. Foi uma emoção muito grande conhecê-lo”. Ele também iniciou amizade com Ataulfo Alves, Wilson Batista, Geraldo Pereira e Nelson Cavaquinho, por exemplo, no Nice. “Os compositores sabiam que eu não era um intérprete tão ruim e se alegravam em me mostrar suas músicas”, brinca o príncipe do samba"

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